UHF // A celebração dos 44 anos faz-se com ainda mais música

Os UHF fazem 44 anos! Um ciclo de música ininterrupta que nem a pandemia parou!

O que mais podemos dizer sobre os UHF que ainda não tenha sido dito ou escrito nos últimos 44 anos? Quase nada, certamente. Mas, podemos voltar a dizer/escrever que foram das poucas bandas a nível internacional que nem a pandemia e o isolamento forçado do COVID fizeram parar! Temos que nos recordar que desde o primeiro fim de semana do confinamento, os UHF nos tem brindado com a transmissão online do MMC (Momento Musical Caseiro) visto por uma imensidão de público em todos os cantos do mundo. Entre temas emblemáticos da sua carreira, a banda deu a conhecer novas versões dos mesmos ou até mesmo estreias. Sempre num ambiente único de partilha entre os UHF e os seus.

Eis que chegamos ao 44º aniversário da banda e, António Manuel Ribeiro, líder e membro fundador retrata o que aconteceu no dia 18 de novembro de 1978:

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18-Novembro-1978, discoteca Brown’s, na rua Conde Sabugosa em Lisboa. 

Os quatro UHF, saídos do Metro da avenida de Roma, encararam o porteiro com a matilha de nove amigos para lhes dar apoio: nessa noite haveria punk rock à solta com os Faíscas e os Aqui d’El Rock. Betos locais ou punks por uma noite no público? Havia curiosidade, tudo estava a começar.

Os 13, que enformavam a comitiva UHF que atravessaram o Tejo de cacilheiro, foram travados pelo majestático senhor das portas. Explicação do manager Jorge Vilany: «São técnicos, senhor». 

Alguém bondoso deixou seguir a procissão para as sombras da sala, cada um segurando cabos, baquetas, um prato, duas guitarras, uma mala com cabos, um pedal wah-wah, um afinador, os nove utensílios que certificavam a equipa técnica.

Pela meia-noite, os UHF abriram, tocaram muito alto e desapareceram de seguida sem beber uma imperial ao som das outras bandas: era preciso retomar o Metro de volta ao Rossio e correr para o último cacilheiro da noite. Nascia uma legenda: quem são estes gajos que tocam alto e desaparecem sem rasto?
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Existe música nova para celebrar os 44 anos de atividade. Chama-se A Primeira Noite Sem Ti. Notamos algo de diferente na sonoridade dos UHFAntónio Manuel Ribeiro explica-nos que”a resposta mais honesta é dizer: acontece. Quando estou na pele do autor – e estou sempre, mesmo inconscientemente –, quando agarro na guitarra e uma melodia se encosta às palavras, deixo-me ir, é como se um regato descesse a montanha escolhendo o caminho.”

Sabemos também, que este single estava guardado há anos no portfolio de António Manuel Ribeiro como nos diz o próprio “… esta canção foi escrita em 2004, sei a data porque a registei na SPA. Um dia, um técnico que trabalhava connosco e também com a Adelaide Ferreira, perguntou-me se podia escrever uma ou duas canções para o novo disco que a Adelaide ia gravar. Disse-lhe que sim. Um tempo depois telefonei-lhe a informar que tinha duas canções prontas. Nesse mesmo dia ligou-me a dizer que já não era preciso, o disco já estava gravado. Guardei as canções, mas de vez em quando A Primeira Noite Sem Tiaparecia no monte de folhas que reúnem os meus trabalhos. E a melodia, que não gravara, estava sempre lá.”

Mas as novidades não ficam apenas pela edição deste novo single A Primeira Noite Sem Ti e de um novo álbum de originais em janeiro de 2023. Existem outros lançamentos, neste caso de discos ao vivo, já a 25 de novembro. António Manuel Ribeiro diz-nos o porquê e o que são estes dois novos registos “ambos resultam de concertos gravados em 2021, sob o regime pandémico com salas a 50% da capacidade, o que é muito estranho porque o chip cerebral vê a sala como meio vazia e tudo mascarado. No primeiro disco, gravado na Casa da Música do Porto, celebramos o 40.º aniversário do LP À Flor da Pele, o nosso primeiro. No segundo disco, gravado no Coliseu do Porto, apresentamos o formato de concerto que trabalhámos para a quadra natalícia, baseado na canção Podia Ser Natal: era urgente para todos, nós, artistas, e o público, sair de casa e retomar o caminho das tamanquinhas, ir e desfrutar um espectáculo. Vamos precisar de muito tempo para fazer desaparecer as cicatrizes da ‘estranheza’ a que fomos obrigados. Há tanta violência gratuita à solta, vemos na comunicação social; a música pode e sabe ajudar.”

A Primeira Noite Sem ti já está disponível nas plataformas digitais.
 Os discos UHF ao Vivo e À Flor da Pele UHF Podia Ser Natal ficam disponíveis a 25 de novembro.

Tour UHF Podia Ser Natal dezembro 2022

04    UHF    Lagos – Auditório
10    UHF    Marco de Canavezes – Auditório
11    UHF    Vila Franca de Xira – Auditório
17    UHF    Castro Verde – Auditório
18    UHF    Mealhada – Auditório
19    UHF    Arcos de Valdevez – Auditório
23    UHF    Fafe – Auditório
30    UHF    Porto – Casa da Música